27 de dezembro de 2006

Solteirices

Costumo dizer que para ser solteira nos dias de hoje é preciso muita disposição, bom humor e auto estima.

Da disposição:
Deve-se aceitar todos os convites que lhe forem feitos. Para qualquer programa. Isso inclui:
  • sambinha na periferia;
  • boteco copo sujo do outro lado da cidade,
  • inauguração de boite no meio de semana,

A resposta a qualquer um dessas propostas deve ser sim. Caso contrário, a solteira corre o risco de parecer uma depressiva. Afinal, qual o motivo de uma solteira não querer sair?

É impressionante como ficar em casa sozinha é inadmissível em nossa sociedade. Então, haja disposição amiga solteira! O mundo não aceitará um não como resposta a menos que você tenha companhia masculina.

Do bom humor:

Um querido te liga insistentemente por mais de um mês até que você concorda em sair com ele. Na manhã seguinte, chega a seguinte mensagem no seu celular: "E aí, saiu ontem?".

Eu também não entendi a piada, mas eu ri. Rir é o melhor remédio em várias situações:

  • Cantadas;
  • encontros arranjados,
  • ser alvo de homens comprometidos,
  • levar um fora de quem você nem estava interessada.

Da auto estima:

Estar exposta a tantas situações desconfortantes pode minar a confiança até da Gisele Budchen. Mas a solteira não pode se deixar abater. E mais, sua auto estima não pode estar atrelada a um homem. Essa dependência emocional pode colocar abaixo toda a indenpendência conquistada pela mulher. Sei que paira a dúvida ao redor da mulher que aparenta ser tudo de bom mas está sozinha.

Amiga, pense que seu valor não depende de quem está ao seu lado. E mais, pense que você é capaz de inflacionar o mercado e que qualquer bolsa de valores sobe se apostar em você.

By Renata que se soubesse que não iria envelhecer nunca, seria uma eterna solteira.

16 de dezembro de 2006

Sobre o amor e seus demônios

Amor é dar tudo de você para alguém.
É tentar de tudo para que a pessoa seja feliz.Mesmo se doando tanto, amar é tão bom.
Faz com que você se sinta generoso. Que a vida não seja mais apenas sobre você, mas também e sobretudo sobre o outro, sobre fazê-lo sentir-se amado.
Num mundo tão individualista, talvez tanta entrega seja vista de forma negativa. Afinal, a grande verdade é que estamos sozinhos. Mas às vezes, às vezes é preciso que se acredite que exista alguém te esperando em alguma esquina. No fundo, é o que nos mantém vivos.
A esperança de um dia, encontrar esse alguém.Isso tudo pode ser uma grande tolice.
Eu prefiro acreditar que não.

By Renata que segue acreditando que é preciso amar as pessoas...

10 de dezembro de 2006

Cartinha para Papai Noel



Querido Papai Noel,

acho que andei sumida nos últimos anos e o senhor deve estar se perguntando o motivo do meu reaparecimento. Na verdade, não sei o que responder. Não deixei de acreditar no Senhor não, é que passei a acreditar em outras coisas e a desconfiar de tudo. Espero que o senhor me entenda e como bom velhinho, releve a minha ausência. Pense pelo lado prático: menos uma pessoa para atender. (Tomara que ainda me lembre como escrever uma cartinha.)

Acho que preciso falar que fui uma boa menina e por isso mereço ser recompensada. É isso? Bom, pra ser sincera, me comportei bem e me comportei mal. Mas o saldo final foi positivo. Então, vamos ao que interessa.

1. Um par de patins. Espero que andar de patins seja como andar de bicicleta...Melhor pedir cutoveleiras e joelheiras também.

2. Um pacote de massagem com 200 sessões no mínimo.

3. Pílulas de melanina para cabelos pretos e pele bronzeada.

4. Estoque ilimitado de cerveja que não engorda.

5. Férias bimestrais.

6. Companhia para ir ao cinema toda semana

7. Uma festa de aniversário perfeita.

8. Boa noite toda noite.

9. Um globo terrestre, uma luminária chinesa e um chuveiro novo.

10. Todos os musicais clássicos de Hollywood em DVD.

11. Aulas de salsa.

12. Livros de Leminski e Alice Ruiz.

13. Estrelas brilhantes no teto do meu quarto.

14. 500 minutos grátis no celular.

15. Depilação definitiva

Com carinho, Renata.

By Renata que pensa que a dupla "Muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender" esteja incluído no pacote básico.

4 de dezembro de 2006


Eu adoro fim-de-ano. Meu chefe ontem me falou que não existe cansaço nessa época, nem mesmo stress. Segundo ele a vida é estressante o ano inteiro. Concordo com ele. Mas o corpo, a mente, sei lá, se preparam para alteração da rotina nos meses de dezembro e janeiro. As pessoas ficam mais sociáveis devido aos inúmeros compromissos que pipocam esta época, gastam mais, afinal é mês de 13°, consomem mais bebida e comida, tem sol, lista de desejos para o próximo ano com promessas e mais promessas...
Eu ainda não pensei na minha lista. Tampouco anseio para que o ano termine. Não sei o que fazer com o próximo ano. Não estabeleci metas. Nada, nada que me motive.
A troca de carro vai ficar para 2008, assim como uma provável mudança de apê. Já desisti de móveis novos e de desfilar numa escola de samba( a experiência deste ano ainda está fresca). Não sei o que meu novo emprego quer de mim, portanto não sei o que posso querer dele. Amores... se é que existem, acontecem a qualqer momento, não preciso de ansear pelo próximo ano. A plástica pode esperar mais alguns anos. Não sei nem se vou comemorar meu aniversário.
Escrevo isso e me pergunto de onde tanto desânimo saiu. Espero que seja passageiro. Coisas de cansaço de fim-de-ano.

By Renata que quer ir para a Bahia recarregar as energias.

28 de novembro de 2006

Post de hoje: Dor de cutovelo



Dor de cutovelo é uma merda.

Pronto, disse. Uma merda. Não tinha como falar isso de outra forma.
A sensação de impotência é mil vezes maior quando a gente se depara com alguém que teve sucesso naquilo que a gente fracassou.
Pode ser a colega que conseguiu se dar melhor naquele projeto do que você, alguém mais habilidoso diante de uma crise...
Mas a dor de cutovelo pega mesmo, quando o assunto é o coração.
Razões para se ficar com dor de cutovelo:
-Seu ex que você jurava que era um solteiro convicto, galinha, aparece de casamento marcado.
-Seu ex que você não dava nada por ele, reaparece de namorada nova "tudo de bom"
-Seu ex que te pediu um tempo para ficar sozinho está namorando
-O babaca que não te ligou no dia seguinte passa por você, acompanhado por uma baranga, e nem te cumprimenta.
Infelizmente, não conheço tratamento preventivo para dor de cutovelo. Claro que auto-estima sempre ajuda. Mas, todos nós estamos sujeitos a nos sentir o mosquito do cocô do cavalo.....
Algumas pessoas, acredito que as mais orgulhosas, têm mais dor de cutovelo. Quanto mais alto, maior é o tombo. Faço aqui mea culpa e confesso que já caí feio.
Dicas para se cair como um gato(ou seja, em pé):
-As pessoas buscam coisas diferentes na vida. Se todos gostassem do amarelo, o que seriam das outras cores? Portanto, você ser linda, pode não te garantir imunidade em todos os relacionamentos.
-Saiba reconhecer um fora. Falar não abertamente pode ser muito difícil, por isso expresões do tipo "você é perfeita, o problema é comigo", "não sei se quero namorar sério agora" foram criadas e imortalizadas.
-Se seu ex já se deu bem e você ainda não, admita que o problema é com você mesma. Enquanto você ficar nesse clima de autopiedade e dando uma de museu(vivendo do passado), não irá encontrar alguém nem que o querido caia na sua cabeça.
-Da próxima vez, preste mais atenção ao seu redor. Crises vêm acompanhadas de sinais. Não tampe o sol com a peneira. De nada adianta e você só adia o inevitável.
-Essa dor toda que você tá sentindo é amor ou orgulho ferido? Correr atrás de alguém só para provar a si própria que não perdeu o jogo é pura perda de energia. Gaste-a para provar sabores pela vida!

By Renata que teve dúvidas de como se escrevia cutovelo, mas sabe que a dor é facilmente identificável.

23 de novembro de 2006

Se eu te encontrasse


Os olhares se encontraram quando ainda estavam cada um na sua calçada. Ela foi em sua direção. E veio o abraço. Depois de 10 anos. Deu para reconhecer o cheiro. Sentir o corpo. Por 1 minuto a dúvida na cabeça: "Será que é esse mesmo o cheiro?" Mas era.
Não foi um abraço emocionado, nem desesperado. Não eram velhos amigos. Foram apaixonados.
A paixão que sentiam foi o que os afastou. Muitos sentimentos e pouca experiência para fazer com que virasse amor. Pessoas guiadas pelo desejo acabam perdidas.
A conversa foi trivial. Ela de braços cruzados e ele realxado na cadeira. O corpo fala, obrservou ele. Ela concordou. Não tinha porquê esconder seu desconforto.
Falaram de exs-amores, carreiras e planos de vida.
Ele se surpreendeu ao saber que teria sido ele a maior paixão da vida dela. Achava que não havia marcado tanto já que nunca mais se falaram. Ela explicou que não se falaram mais justamente porque ele a marcou tanto.
Ele não se casou de novo.
Sentada diante dele, hoje com cabelos grisalhos, ela pensava que nunca ficaram tanto tempo no mesmo lugar sem se tocar. Ela não sabia mais se o conhecia. Ele fez questão de frisar que nunca a esqueceu e pensa nela escrevendo ao ar livre. Ela gostou da cena. Já se imaginou assim tantas vezes!
Quando ele sorri, os olhos se fecham, mas a mania de mexer nos cabelos é nova.
O jeito dela continua engraçado, mas as roupas estão muito formais.
Ele tinha que ir embora. Ela o acompanhou até a calçada.
E veio o abraço. Dessa vez ela se deixou ser abraçada e quis tanto que o momento perdurasse.
Ela também o abraçou e ficaram assim até as pessoas na rua comentarem.
-Então... tchau!
-Tchau. Beijo.


By Renata que acredita que a maré está pra peixe, que quem brinca com fogo pode se queimar e que quando se morre, a terra come.

Bruno, obrigada pela foto inspiradora!



21 de novembro de 2006

Uma doida puxa a outra - Parte 3

Eu e Patrícia temos a vaga impressão ou pretensão de que as pessoas gostam de ser nossas amigas.
Somos generosas.
Patrícia abre as portas da casa.
Eu abro a boca a falar.
E tudo acaba em cerveja, música e muitas risadas.
Já me acostumei as pessoas comprarem uma e levarem duas. E as pessoas já esperam me ver quando vêem a Patrícia e vice-versa.

Acredito que quando a gente chegar aos 70 anos, a nossa adolescência não vai ter acabado.
Claro que já brigamos muito. Por coisas bobas e coisas sérias.
Passamos tempos sem nos falar.
Mas o que conta é que o tempo passou e a amizade se fortaleceu.
O que seria da vida sem atropelos?
Como a gente sabe que suporta tal dor sem nunca tê-la sentido?
Como a gente cresce se a vida não nos cobrar atitude?
Só existe o doce porque existe o amargo.
Só se nega aquilo que pode ser afirmado.

E uma coisa puxa a outra.

By Renata que já garantiu o seu ingresso para ver seu time que já é campeão.

17 de novembro de 2006

Convite


























































































Textos: Patrícia
Arte: Edinho
Sonhadora: Renata

By Renata que adora aniversário, já tem roupa nova e tem medo de plágio!

13 de novembro de 2006

AMIGO


Ontem fui ao enterro da avó de um amigo. Triste, triste...
E por mais que eu não fosse íntima da família, quis ficar até o final. Quando a vida se vai é um bom momento para dar valor ao que fica. Soa como um clichê, mas é tão verdade isso.
E ao voltar do cemitério, comentava com esse meu amigo que a cada dia dou mais importância às minhas amizades. Aqui vai outro clichê: Amigos são a família que a gente escolhe. E são mesmo. Sou grata a tantos amigos, preciso tanto saber que eles existem e que estão bem para o meu próprio bem-estar.
O Poetinha tem uma frase que eu adoro: "Tenho amigos que nem sabem que são meus amigos". Todos nós temos. Mas torço para que um dia eu tenha oportunidade de contar isso a eles.


By Renata que almoçou hoje com as melhores amigas. Cada uma com sua vida, mas comndo no mesmo prato.

9 de novembro de 2006

Criança

Houve um tempo
onde tudo eram cores
onde tudo eram amores
onde tudo rimava.

Hoje as rimas
foram desfeitas
os sonhos esquecidos
a pipa presa no fio elétrico.

Houve um tempo
onde se queria
ser gente grande
ser professora
ser bailarina.

Hoje a realidade
nos faz esquecer
de tudo isso.

Houve um tempo
em que as felicidades
eram certas,
que bastava aprender
a olhar, para vê-las
tão certas assim.

Houve um tempo
que criança tinha
esperança.

Hoje, a única esperança
é acreditar na criança.

By Renata aos 12 anos de idade com ares de profetisa.

6 de novembro de 2006

Na reta final



"Como foi de feriado?"
"Deu para descansar bastante?"

Dificilmente numa segunda pós-feriado não me deparo com essas perguntas. Pensando bem... toda segunda-feira é assim.
Minha resposta sempre é a mesma: "Foi ótimo! Mas tô morta!"


Bebi demais.
Comi demais.
Ri demais.
Internet demais.
Dormida de menos.

Olhando no calendário, percebi que irei passar por esse ritual de perguntas apenas mais 6 vezes este ano. Seis segundas-feiras. É isso que nos resta em 2006. Sinto que 2006 já anda cansado. Trabalhou muito. Tanta coisa aconteceu!
E enquanto as pessoas já programam o reveillon, anseiam pelo ano novo... 2006 fica cabisbaixo, pensativo:
-Será que irão se lembrar bem de mim? O Brasil perdeu a Copa, o Lula foi reeleito, o boing caiu, Guerra no Líbano, Bussunda morreu... Ai Deus, como entrarei na história?
E Deus, acostumado às tempestades, responde:
-É preciso ter paciência com as lagartas se quisermos conhecer as borboletas. (Ruth Rocha)

By Renata que sabe que se molhou muito este ano, mas já vislumbra borboletas pelo céu.



31 de outubro de 2006

Cuidado ao manusear



Desde o início do ano vem crescente a idéia de buscar novas maneiras de lidar com a vida. Afinal, não me conformo que a vida se resuma a um amontoado de deveres a serem cumpridos.
A primeira idéia foi morar na praia, num vilarejo. Trocar o carro com seguro e IPVA por um fusca ou quem sabe uma bicicleta. Trabalharia de garçonete nas temporadas.
Casamento também foi cogitado. Calma, eu explico. Cansada de aguentar tanta pressão sozinha, talvez a idéia de alguém para cuidar de mim e dividir o peso das sacolas do supermercado fosse o que faltava.
Arrumar um segundo emprego. Assim, a renda aumentaria e diminuiria o stress da falta de grana.
O fato é que quase fiquei sem meu primeiro e único emprego, casar envolve amar alguém e ser correspondido(prá início de conversa) e faltou coragem para ir pra praia.
Viver sob pressão deixou de ser um privilégio vivido em algumas épocas do ano. Ou fases. Minha vida é assim. Resta saber o que fazer com isso. Deixar que me anulem ou tirar proveito dessa adrenalina.
Que seja então... pro alto e AVANTE!!!!!!!!!


By Renata que precisa de uma massagem nas costas para início de conversa.

26 de outubro de 2006

Dúvida Cruel

Estou com uma dúvida cruel !
Alguém me ajude! O problema é o seguinte:
Lula anda se comparando a Cristo,Tiradentes, Getúlio Vargas e JK. Bem, isto é um direito dele mas, afinal... no dia 29 de outubro a gente:

a) Crucifica?

b) Enforca?
c) Mete uma bala no peito?
d) Passa o caminhão por cima?

(e-mail que circula na net)


By Renata que vota no Alkmim para o desespero de Patrícia que vota no Lula.

24 de outubro de 2006

Solidão uuu...uuuu..



Hoje parece que tem um elefante sentado no meu peito.
Uma saudade sei lá de quê, uma vontade ainda não admitida ...
Acho que é um daqueles momentos em que você olha para sua cama e não queria que ela estivesse tão vazia.
Acho que isso passa.
Acho que sim.
Ontem a euforia era quase incontrolável. E hoje, cá estou, inconsolável.
Odeio me sentir assim, pois logo surge uma menos-valia, uma quase que mendigância por carinho.
E nesses momentos de vulnerabilidade, em que a menina em mim se acha feia e desajeitada, acontecem os maiores atropelos.
Não nos achamos dignas de felicidade.
Daí qualquer coisa boa( um novo amor, a saída com as amigas...) é deixada para escanteio. Toda vez que nos sentimos infelizes, a tendência do poço é puxar para baixo.

By Renata que quer que a solidão dê um tempo e vá saindo...

23 de outubro de 2006

O dia em que a Patrícia ficou zen


Esse não era é um dia para se passar em branco. Em algum lugar nessa imensidão pode-se saber que há um abalo císmico, um novo líder espiritual está nascendo, quiçá a cura da Aids não está sendo descoberta...
Apesar de achar que a subida vertiginosa do time de coração rumo à primeira mereça seu próprio post, a Patrícia discordou. Ela acha que a falta de inspiração dela deva ser a minha.
E acha também que a foto da nossa comunidade no Orkut não está nada boa. Sendo assim, eu devo achar um melhor.
Na verdade, ela exigiu. Acho que ficou zen paciência de tanto ficar zen...
Por que esse lance de zen é meio monótono, nao é não?
Tudo sem conflito, sem adrenalina, sem arroubos! Tudo na conversa, no entendimento e respeito mútuos. No fundo, uma música suave. Talvez um coral de Padres Beneditinos ou um concerto de flautas. Ou harpa.
Mas para mim essa idéia de paraíso tá longe de ser a ideal. Quero passar a eternidade não num inferninho, mas que seja open bar!

By Renata em homenagem a Dança do Carangueijo by Patrícia
.

Vamos subir GalÔOOOO!!!!!!


"Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento."
Mas o que é ser atleticano?
É uma doença?
Doidiviana paixão? Uma religião pagã?
Benção dos Céus?
É a sorte grande?
O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e amar o Galo sobre todas as coisas.
Daí, que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo:
Cheira ao suor da mulher amada;
cheira a lágrimas;
cheira a grito de gol;
cheira a dor;
cheira a festa e à alegria;
cheira até mesmo a perfume francês.
Só não cheira a naftalina, pois nunca conheceu o fundo do baú, tremula ao vento.
A gente muda de tudo na vida:
Muda de cidade;muda de roupa;
muda de mulher;
muda de partido político;
muda de religião;
muda de costumes.
Até de amor a gente muda.
A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com as iniciais CAM,do Clube Atlético Mineiro, gravada no coração.
É um amor cego e têm a cegueira da paixão.
Já vi atleticano agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados.
Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar: "Nunca mais torço pelo Galo".
Vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida, juntar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os amantes fazem com o retrato da amada.
Que mistério tem o Atlético que, às vezes, parece que ele é gente? Que a gente o associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, tio, prima)?
Que mistério tem o Atlético que a gente o confunde com uma religião? Que a gente sente vontade de rezar "Ave Atlético, cheio de graça?"
Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé?Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa preta e branca, um milagre se opera?
Que tudo se alegra à passagem de sua bandeira? Que tudo se transfigura num mar preto e branco?
Ser atleticano é um querer bem. É uma ideologia.
Não perguntem se sou de esquerda ou de direita.
Acima de tudo, sou atleticano, e nesse amor, pertenço ao maior clã do planeta: o Clube Atlético Mineiro, uma instituição onde cabem homens, mulheres, jovens, crianças.
Diante do Atlético todos são iguais.
Obrigado, Senhor, por ter me dado a sorte de nascer atleticano.O choro de hoje será a nossa glória de amanhã, o nosso dia há de chegar.
Amor da nossa terra, paixão da nossa gente.
Filosofia máxima de um povo.Galo: sempre, muito antes e acima de tudo.
(Roberto Drummond)

By Renata que iria escrever sobre o bloqueio criativo da Patrícia. O texto tinha nome... "O dia em que a Patrícia ficou zen", mas a paixão pelo Galo falou mais alto e nenhum texto explica melhor o que é ser atleticano do que este. Em tempo: recorde brasileiro de público no último sábado-57.000 pagantes.

20 de outubro de 2006

Aventuras de uma jovem senhora

- Oi! Onde você está?
- Na rodoviária.
- Atéeeeeeee agora???????????????

(30 minutos depois)

- E aí amiga?
- Uai, tô aqui na rodoviária?
-O quÊEEEEEEEEEEEEEEEEE??????

( 1 hora e meia depois)

- O que vamos fazer? Vamos para a festa mesmo?
- Você eu não sei... eu tô na rodoviária ainda...

Na verdade, foram 3 horas de espera na rodoviária. Lugar, digamos, pouco aprazível para se passar tanto tempo.
O jeito foi buscar um livro no carro e me deliciar com minha leitura.

- A senhora tem um carregador de celular?
- Não, infelizmente não.
- É que não tenho bateria e preciso ligar para meu cunhado me buscar.
- Como já te disse, não tenho.

O olhar de pidão daquele caipira me comoveu.( Deus, como sou fácil!) .

- Pronto, usa a minha bateria.
- A senhora é de Alterosa também?
- Não.
- É de Divinópolis?
- Não.
- A senhora então deve ser daqui...
- Sou sim.

Este interessante diálogo não me deixava prosseguir com a minha leitura. Mas eu era insistente e não desviava o olhar do livro. Mas acho que ele era mais.

- A senhora vai viajar?
- Não.
- ah.
...
- A senhora então deve estar esperando alguém.
- Sim.
- Posso saber quem?
- Meu primo.
- E o primo da senhora vem da onde?
- São Paulo.
- São Paulo... sei.
- Pois é.
- Ele trabalha com lingerie?
- Não.

O rapaz se dirige à lanchonete e compra uma lata de cerveja e grita de lá?

- A senhora aceita uma cerveja?
- Não, obrigada.
- Um suco?
- Não, muito obrigada.
- A senhora tem certeza? Tem de uva, de pêssego...
- Tenho certeza sim. Obrigada.

Continuo minha leitura até ele vir mais uma vez...

- Vou dar uma manga para senhora!
E tirou uma manga de dentro da sacola.
- É lá da minha roça. Sem produto nenhum, uma delícia. Pode comer que a senhora vai adorar!
- Obrigada.

Ainda bem que ele logo foi embora. E eu fiquei segurando a manga. Não teria coragem de jogá-la fora. E tentei equilibrar a bolsa, a manga e o livro. Ah, o livro. Vamos à ele.

- A senhora é muito bonita e elegante.

Bom, pelo menos esse não rendeu assunto.
De repente, se aproxima uma mulher grávida. Muito grávida. Sentou-se ao meu lado e quis saber quem eu esperava, de onde vinha, qual era o tempo de atraso... Daí um rapaz comentou que o ônibus da amiga dele estava atrasado 15 minutos. Éramos 3 ansiosos. O rapaz comentou que se fosse eu pararia de ler porque era a chamada "leitura branca", pois não me lembraria de nada que li por estar com a cabeça em outro lugar. Quis negar, mas acabei fechando o livro.
O marido da mulher grávida chegou para nosso alívio. A impressão é que a mulher ia dar a luz a qualquer momento.
Ficamos eu e o rapaz que comentou que eu deveria ser executiva pela minha roupa e já disparou a falar que as mulheres da capital eram muito independentes e queriam ser assim. Que as mais bonitas iam embora das festas sozinhas pois os homens não têm coragem de se aproximar. Que no interior a vida é mais fácil. Que eu não aparentava a minha idade e que eu deveria ir mais para a balada. Segundo ele, as mulheres menos favorecidas saem mais.

- Renata?
- Oi!
- É a tia. Seu primo está na rodoviária e não consegue falar no seu celular. Onde você está?
- Oi tia. Estou na rodoviária também.
- Ué, ele falou que não te viu.
- Pode deixar tia, vou procurá-lo.

Me despeço do rapaz, ele pede meu telefone. Eu sorrio e dou tchau.

By Renata que não via o primo há 20 anos, achou a manga um presente inusitado, mas gostou mesmo foram das flores que recebera de manhã.
-

19 de outubro de 2006

Carapuça

BAR RUIM É LINDO, BICHO!

Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins.Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).
No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda,adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura.
"Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.
Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins, que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha.
Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma ali mesmo.
Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse.
O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.
Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico.
E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo. Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos:os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae.
Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.
Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo,saca?).
-Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?


Post by Patrícia, meio intelectual meio de esquerda, e fã desta crônica antiga mas tão atual do Antônio Prata.

Amigas ao telefone


-Oi, me conta como foi o encontro de ontem a noite ?

- Horrível, não sei o que aconteceu...

- Mas por que ? Não te deu nenhum beijo ?

- Sim... beijar, me beijou. Mas me beijou tão forte que meu dente postiço da frente caiu e as lentes de contato verdes saltaram dos meus olhos...

- Não me diga que terminou por ai ...

- Claro que não. Depois ele pegou o meu rosto entre suas mãos. Tive que pedir que não o fizesse mais, porque estava achatando o botox . Se continuasse a morder os meus lábios , iria explodir o meu implante de colágeno . Meu mega hair quase caiu !!!

-E... não tentou mais nada ? -Sim, começou a acariciar minhas pernas e eu o detive, porque lembrei que não tive tempo para me depilar. E além do mais, me arrebatou com uma fúria tamanha , me abraçava tão forte que quase ficou com minhas próteses da bunda nas mãos . Que fogo !!! acabou estourando o meu silicone do peito...

- E depois, o que aconteceu ?

- Aí então, começou a tomar champagne no meu sapato...

- Ai, que romântico...!!!

- Romântico o cacete ! Ele quase morreu!!!

- E por que ? - Engoliu meu corretor de joanete com a palmilha do salto...

- Nossa, e o que ele fez ? - Você acredita que ele broxou e foi embora??!! Acho que ele é viado ..

- Ah! Só pode!

By Renata que recebeu este e-mail e se identificou. Mulheres são detalhistas nas suas narrativas de encontros e homens são viados quando não gostam da gente.

18 de outubro de 2006

Tomada de decisões


Não gosto de restaurantes self-service. Me atrapalho ao me deparar com tantas opções e inevitavelmente misturo suflê de bacalhau e feijoada.
Além de ser uma "boca-nervosa" , acho um desperdício não aproveitar tanta comida boa!
E assim sigo com namoros e afins.
- Tem que escolher um só?
Opa! Não que eu seja leviana. Longe de mim! É que prefiro deixar o jardim cheio de borboletas a prender uma só para mim!
Isso tende a mudar. Assim eu espero.
Os pratos estão mais selecionados, ou seja, mais saudáveis. Não compro mais sapatos do mesmo modelo e cores variadas.
A mala de viagem se tornou prática. Os gostos mais definidos.
Não se pode ter tudo é um mantra.

E não se deve contentar-se com pouco, a meta.

By Renata que já escolheu a trilha errada e ficou perdida por horas na mata. Literalmente e metaforicamente também.

17 de outubro de 2006

É hoje o dia

Os espiritualistas dizem que hoje (17/10) começa uma nova era com uma nova energia no sistema solar trazendo para a terra uma revitalização única. É a data mais importante dos últimos 200 anos! Hoje será dado a cada um de nós, habitantes do planeta, a chance de receber essa energia positiva, nunca acontecida até então. Qualquer pensamento positivo está valendo, mas sugerimos que você faça esta oração:

"É chegada a hora da revolução.
Que venha toda essa luz,
Desça agora sobre nós e fique para sempre!
Sem data para partir pois agora tudo é infinito!
Que chegue trazendo o que merecemos.
E nos anime a transformar tudo o que recebemos.
Que o pão seja sinônimo de pura abundância.
E a água singela redundância de purificação!
Agradeço!Agradeço a todo o universo a perfeição de existir.
A chance, agora mais fortalecida, de evoluir e a realidade vindoura do verdadeiro construir!Construção feita de sentimentos
Usando os materiais do coração.
Decorando a nova vida com as cores da paz!
Salve salve bendita paz!
Merecida e sonhada paz!
Bendita seja ardentemente e desejada paz!

"O astrólogo Marcelo Dalla explica que esse "evento cósmico de hoje" faz parte de um acontecimento maior, chamado Transição Planetária, citada pela antroposofia, pelo budismo e até pela cabala. Segundo essa linha de pensamento, muitas coisas vão acontecer com o planeta, até o ano de 2012, início da era de Aquário. O ano de 2012 será definitivo, uma limpeza no planeta irá acontecer. A Terra vai elevar a sua vibração e as pessoas estão sendo motivadas a fazer o mesmo. Hoje é dia de expandir a consciência, um tempo de abertura de portais. Segundo Marcelo, existem 12 dimensões, mas só temos consciência de três, abrindo agora as portas para a quarta. O ideal é que todos hoje mentalizem a paz no planeta.

By Renata que vai mentalizar além da paz(que carrega no coração e no pé), emprego, saúde, amor porque assim a vida melhora e um visto para os Eua.

16 de outubro de 2006

Cerejinha

- Alô?
- Alô!
- Oi, é você?
- Sim. Não acredito que seja você depois de tanto tempo!
- Desculpa ligar nesse horário é que aconteceu uma coisa que eu acho que você deveria saber.
- Não precisa se desculpar. Fico feliz que você tenha ligado.
- Pois é, menina. Quanto tempo! Que saudades...
- Nem me fala. Mas e aí?
- Ah, tanta coisa! Virei macrobiótica!
- Não me diga! Macrobiótica não é aquele lance naturalista, ou é?
- Não, não. Macrobiótica é um pouco mais radical que vegetariano. Não como ovo, por exemplo.
- Que máximo! Acho que era algo assim que eu precisava para minha vida. Que bom que você me ligou.
- Você está mastigando?

- Sim.
- O que?
- Estou comendo milho com arroz. E ovo.Quase uma refeição macrobiótica. Pelo menos sem carne!
- Gente que gracinha, um prato amarelo e branco. Eu vou fazer um estudo para combinar a alimentação com as cores e tendências da estação. Não é uma ótima ideia? O seu prato sempre na moda!
- Que coisa...
- Nossa amiga, 500 minutos!
- É mesmo, 500 minutos por mês!!!
- Você se casou?
- Casei e tenho uma filha.
- Não acredito. Crianças são uma benção, não é mesmo!
- Menina, demais.

- Crianças são o futuro. Só de pensar nelas meus olhos se enchem de lágrimas...
- Eu também, nem me fale. vejo que você não perdeu a sua sensibilidade.Você deveria ter filhos.
- Não, obrigada. Ainda não consegui nem parar de comer carne. Mas não uso peles.
- Nem de guaxinim? Acho um luxo!
- Não, não. Sou modelo do Greenpeace.

- Poxa eu acho um charme aqueles chapeuzinhos de pele com o rabinho pendurado.
- Pois é, não uso.
- Que mais? E Playboy, pensa em fazer?
- Prefiro a Vip. Já fiz 3 vezes e estou cotada para ser a próxima capa de aniversário, se bem que a Cica...
- Eu sou divulgadora.
- Que exótico!
- Saio por aí colando cartazes. Assim, nos bares.
- Parece ser divertido.
- E é. Tenho minha própria empresa.
- Fascinante. Aliás, você sempre surpreende! Lembro-me do dia que você usava, como dizer, uma calcinha de cor cítrica, amarelo-limão.
- Eu tava de saia?
- Não! A calcinha era mais alta que a calça.

- Ai amiga, aquele tempo era mágico.
- Muito mágico mesmo...
- Quantas loucuras!

- Éramos tão amigas. Como será que nos perdemos?
- Não pense assim. Que bom que você reapareceu agora.
- Nossa, parece que foi ontem que nos vimos.
- Imagina se nos falássemos todos os dias? Nem teríamos mais assunto.
- Pior que é. Agora temos muito o que colocar em dia.
- Olha que coincidência você aparecer justo no dia dos professores! Isso é um sinal. Nos conhecemos no magistério!!!


- Não foi?Eu acho que tem tudo a ver.
- Demais.
- Você é a cereja do meu sorvete.
( a partir daí o diálogo verídico sobre assuntos sulrreais foi interrompido por uma crise de riso).

By Renata e Patrícia em dia que a falta do que fazer reinou. O nosso amor a gente inventa. Assim como o que falar.

13 de outubro de 2006

Frenestismo

Parece que vai chover.
Mas, nunca chove. O tempo fica nessa de nos pregar uma peça. De fazer que vai, mas não vai.
Não lavei o carro porque o céu estava escuro.
Não fechei as janelas de casa porque não chove mesmo.
Esse chove não molha é irritante!
Tenho pouca paciência com situações assim.
Prá mim, o amor tem pressa.
Se tivesse começado ontem, hoje faria um dia.
Se foi, já foi tarde.
Raciocínios lentos me irritam. Longas explicações também.
E se você quiser, então me queira.

By Renata que acredita que devagar nunca se vai longe. Mas que provavelmente, deva estar errada.

9 de outubro de 2006

Não se esqueça da minha Caloi

No mundo dos adultos, acontecem coisas que nunca imaginaríamos plausíveis até os 25, 26 anos. O homem casado ainda é anti-ético, mas pode acontecer com qualquer uma. E não só com aquela mulher desavergonhada.
O jogo da sedução torna-se pré requisito. Se não, não há sobrevivência. No mundo das relações, cada um joga com a arma que tem e definitivamente com o passar dos anos, vamos perdendo nosso armamento natural.
O sexo torna-se desvinculado do amor e mais ainda, do relacionamento. Sei que isso acontece até com os adolescentes. Mas entre adultos a chance de alguém se machucar é mínima e de ser muito bom, é grande.
A segurança faz muita diferença. Já aceitamos que nem todo mundo gosta da gente e assim é até melhor, porque a gente pára de tentar agradar.
Não temos tanto medo do futuro porque percebemos que ele acontece mesmo e é muito melhor do que imaginávamos.
Reconhecemos os príncipes e princesas por outro prisma e não mais pelo cavalo branco e longas madeixas loiras.
Nossos pais passam a ser filhos.
Somos capazes de sermos bons pais.
Ou não.
De qualquer forma qualquer atitude é nossa responsabilidade. Só nossa.

By Renata que adora ser adulta, mas queria um presente no dia das crianças.

7 de outubro de 2006

Festa a fantasia

As unhas foram pintadas de vermelho. A boca, não. Nem se lembrava da última vez que tinha passado batom vermelho. Ou qualquer batom. Gostava de pintar as bochechas. Dava um ar jovial. Mas, só.
Coberta de "ouro"da cabeça aos pés, a Cigana aguardava o Zorro e a Colombina chegarem. A noite ia ser uma festa! Com super-heróis, havainas e fatalmente muitas espanholas! A Cigana se deliciava diante do espelho com caras e bocas, rindo da própria sorte. Aquela tinha sido uma semana abençoada. E terminá-la dessa forma, era melhor do que se podia esperar. Nenhuma cigana do mundo teria lhe previsto aquele farfalhar que ela ouvia e sentia dentro de si. Como era bom se sentir feliz! Não sei se toda as mulheres quando se sentem mágicas assim, têm vontade de dançar. Mas, aquela ali tinha.

By Renata que em outros tempos teria tomado um banho de rosas vermelhas antes de sair.

5 de outubro de 2006

O negócio é a propaganda


Marketing é tudo. Saber agregar valor a um produto ou serviço valendo-se apenas de terminologias especiais é uma arte.
A história " O mágico de Oz" é de 1939. Ou seja, existe muito antes da Broadway se tornar referência teatral. Mas quando me apresentaram " o grande musical" , "a superprodução da Brodway...", eu confesso que comprei. Meus olhos até brilharam! A auto-valorização também é importante! Oitenta reais o ingresso! Pensei comigo que só poderia ser coisa boa. E quando li, efeitos de pirotecnia???? Enlouqueci!!!
Bom, vamos aos fatos. O ingresso não valia nem R$ 15,00. Era preferível gastar esse valor para comprar 5 garrafas de água mineral, ainda que 5 não fossem o suficiente para abrandar o calor que fazia debaixo daquela lona de circo. (onde eu estava com a cabeça quando imaginei que teria ar condicionado? Ah, já sei! Nas doces palavras do produtor... "mega", "sucesso sem predentes".)
Vou repensar meu vocabulário. Talvez um upgrade nas palavras dê resultado. Afinal quem não acha mais interessante uma piscina vertical a um chuveirão???

By Renata que tenta vender seu peixe, mas a publicitária é a Patrícia.

2 de outubro de 2006

Profunda ou profana?


Segunda-feira nublada.
Outubro e eu com blusa de lã.

Além da condição metereológica adversa, essa segunda-feira tem outras características:
-Começa a corrida para o 2º turno. Acredito que o Lula nunca poderia imaginar isso!
-Os corpos do acidente da Gol começam a ser retirados.
-Ninguém mais se lembra do episódia Cicarelli. Ou ao menos, não tem tanta importância mais.
-Entramos no último bimestre de 2006 ( o ano que nunca acaba!)
Acredito que foi a Clarice Lispector que falou que os escritores têm que ser tristes. A tristeza dá muito mais material e introspecção suficiente para escrever.
Caso tenha sido ela, ela está com a razão.
Prova disso é minha montanha russa emocionalX minha produção no blog.
A alegria inicial me motiva bastante. Mas aos poucos, esse estado de felicidade me torna aérea. Solta. Leve. Boba.
Como boa aquariana, acho que assim crio uma barreira entre mim e os problemas. Assim a tristeza não persiste. E dessa forma, absorta no ar, não me torno uma grande escritora. Sigo profunda como um pires. E quem não me conhece, que me compre.

By Renata que tentou falar dos assuntos do momento. Mas seus pemsamentos a levaram para outro lugar.

29 de setembro de 2006

Uma doida puxa a outra



Coisas em comum.
Interesses unem pessoas, movem nações, motivam guerras e tal e coisa
Boas amigas. Maravilhosas amigas. Uma sorte danada!
Mas tem umas coisas que é até constrangedor de explicar.
Eu sou louca. Louca mesmo.
Não, não é o discurso eu sou porra louca, muito doida e foda-se não.
O buraco é mais embaixo. É desajuste. É surto. Às vezes eu surto.
Tem época que é surto leve, que as pessoas que convivem no dia a dia acham graça, no máximo excêntrico. As que me conhecem bem e gostam de mim balançam a cabeça ou dão um suspiro e passam batido. Essa Patrícia... Ou então falam consigo mesmas, a Patrícia é doida. E ponto.
Mas tem época que o surto é mais forte.
O que acontece na realidade é que como eu sou inteligente, articulada, dou conta da minha vida, ajudo na casa da vovó, pago as contas em dia , sou uma mãe coerente, uma pessoa de bem e do bem, uma raladora , guerreira , esposa companheirona e amiga carinhosa mesmo do meu jeitão estovado – o meu psicodelismo fica camuflado. Ou pesa pouco na balança. Sei lá...
Acho até que eu surto é para dar conta da vida mesmo.
Porque eu sou dessas, que vivem sorrindo. Ah isso é mesmo. Encaro a pedreira que for, mas no bom humor (salvo honrosas e gravíssimas exceções)
Mas essa auto análise aqui que esse post virou é pelo seguinte: eu e Rena temos muitas coisas diferentes.
Eu já entendi que a gente é o avesso. Impressionante.
Mas o que nos une é a loucura.
Gente é verdade: um doido cheira o outro. E eu e Renata pulamos de cabeça na loucura uma da outra a ponto de às vezes não saber o que é doideira de quem.
Engraçado de mais.
Divertido de mais.
Catártico de mais.
Siamês de mais.
Cúmplice de mais.
Adolescente de mais.
Ridículo e preocupante – mas não de mais.
E quando formávamos um trio calafrio coma presença da Sílvia aí era realmente surreal.
Éramos As Garotas Superpoderosas.
Éramos As Panteras.
Interessante uma coisa: separadas somos desajustadas sim. Cada uma na sua paranóia.
Mas juntas, a situação fica crítica.
Impressionante o poder do surto coletivo.

By Patrícia que jura que mais louco é quem me diz que não é feliz.

Uma doida puxa a outra -Parte 2


A Patrícia chegou a conclusão de que beiramos a insanidade. Mas hoje tô tão de bom humor com esse vestido laranja que adorei a idéia.
A loucura ou insânia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade.
Essa é a definição da Wikipédia. Não sei se é o vestido laranja, mas adorei essa definição.
Não creio que sejamos normais não.Ontem quando rolávamos de rir do debate político eu me perguntei em voz alta:
-Gente, porque não podemos ser aquelas pessoas básicas? Por que não nos contentamos com a vida do jeito que ela é?
Mais uma crise de riso e não soubemos responder. Toda e qualquer pergunta do gênero vai inevitavelmente cair na resposta: "A gente é maluca mesmo".
Às vezes eu acho a Patrícia mais doida do que eu. Deve ser ao fato de que o Id dela funciona menos que o meu.
Mas a verdade é que ela tem a vida bem mais certinha que a minha. Por esse ponto de vista, a maluca sou eu!
Enfim, a gente funciona. E bem. E as pessoas ao nosso redor querem ser nossas amigas.(Um bando de loucas!)
O tempo vai passando, a gente continua criando planos infalíveis, tendo a visão mais real da realidade, cheias de respostas para as dúvidas alheias e cheias de perguntas sobre nós mesmas.


By Renata que tem dias que se acha muito normal e tem muitas saudades da Silvia.

28 de setembro de 2006

Blá, blá, blá


Ontem passei o dia inteiro numa reunião. Uma reunião de duas pessoas. Eu e mais um. Às vezes era um monólogo, outras vezes o diálogo fluia bem.
Assim passou o dia.
E eu nem senti.
Não sei reproduzir a conversa. As oito horas de tete-a-tete se resumem em 10 minutos. Nossa, então porque não conversar tudo em 10 minutos?
Acho que na verdade a reunião toda serviu para conhecer melhor o outro. Saber das suas idéias, da sua visão e potenciais.
Isso. Foi uma análise mútua.
Como se conhece alguém?
É o tempo em que se passa juntos, são as informações que se tem, é o saco de sal que se come juntos?
Dizem que só conhecemos as pessoas quando elas estão numa situação extrema, sob pressão.
Se pensarmos assim, veremos que não conhecemos tão bem as pessoas como imaginamos.
Deve ser por isso que algumas pessoas conseguem nos surpreender e fatalmente algumas, nos decepcionar.

By Renata que ainda acredita que é conversando que a gente se entende, mas que tem dias que não quer papo com ninguém.

26 de setembro de 2006

Então...


Acharam que era uma metáfora, algo que lembrasse a música... "Eu hoje joguei tanta coisa fora..." Mas não. A Patrícia estava com uma necessidade urgente de jogar coisas fora mesmo. Ou melhor, fazer uma limpa nos armários. Fazer a energia circular. Coisas de mulher. Consumista e exotérica.
Não tente entender.
Lá fomos nós na aventura rumo ao exótico("quem usa uma blusa dessas?") e ao esquecido("nem me lembrava que essa roupa existia").
Um armário de mulher pode ser um verdadeiro estudo antropológico. A moda consegue ser mais inconstante do que nós. E assim, como as mulheres, tem épocas que são impossíveis de serem entendidas. Ou acompanhadas.
E uma a uma, as peças foram saindo do armário e fazendo montanhas no chão. Algumas peças tinham histórias para contar e o valor sentimental fazia com que elas voltassem para o armário. As roupas da gravidez. (Como se desfazer dessa calça que me acompanhou por 9 meses? Tão boa...). Algumas peças foram "salvas" na repescagem. ("Não são usadas, mas ainda têm potencial.") Outras tiveram seu fim decretado: (Foi bom, durou até demais! Mas, adeus!).


By Renata que ganhou muitas roupas da Patrícia e agora combinaram de fazer faxina no armário dela. Não por estar incomodada, está leve como a amiga, mas porque a tal da energia tem que circular. Canja de galinha e crendices não fazem mal a ninguém, né?!

25 de setembro de 2006



















Passei por uns dias bem conturbados, ou mais conturbados que de costume. Nesses dias em que a gente se pergunta:
-Por que isso foi acontecer comigo?
-Meu Deus, e agora?
-Eu merecia isso?

Pois é, nesses dias em que o fundo do poço vira moradia, sempre nos acontece algo. Algo de bom. Algo para abrandar. Eu me recuso a acreditar que o fundo do poço tenha subsolo. Portanto, de alguma maneira você que subir.
Se você se conhece, sabe a melhor maneira de se reerguer. Ou a mais rápida.

By Renata que tem como receita: reunir os amigos, exaurir o assunto até o limite, evitar o assunto, dramatizar para alguém amenizar(obrigada, Pat!) dormir cedo... Ah, o telefone tocar também ajuda muito!

Manual de instruções- Parte 2

Diga-me seus defeitos
Talvez assim eu não me deixe encantar.
Conte-me quais seus medos
porque talvez não possa enfrentá-los.
Ou deixe-me descobrir.
Não haverá garantias
Ou promessas.
(juras de amor são mentiras úteis ao coração)
E as verdades são tão instáveis.
Hoje te quero.
Amanhã não sei responder.
Mas para haver uma história
há de haver um começo.
O que te ofereço?
A minha vontade.
Só a minha vontade.
Deliciosamente ansiosa e egoísta.

By Renata que ao invés de prestar atenção na aula, cismou em fazer poesia. Anda enferrujada a pobre menina. E com a cabeça nas nunvens...

22 de setembro de 2006

Tanta coisa


Não há como escapar
A bagunça está em toda a parte.
De forma prática, a que mais incomoda é a do guarda roupa.
Metros e metros e metros de tecidos e texturas e cores apertados, espremidos, imexíveis.
De amanhã não passa. Quiçá hoje a noite.
Trilha incidental: siempre que me preguntas porque como e donde, tu siempre me respondes: quiçá, quiçá, quiçá!

A mesa ex-bagunçada agora está funcional
Os arquivos no PC devidamente organizados em pastas
A cabeça, bem...

A esperança de que as roupas todas espalhadas, claramente olhando pra mim, me organizem.
A escolher prioridades
A trabalhar o desapego
A identificar o que importa
A viver com o essencial
A acertar a mão: nem tirar demais, nem de menos.
Preciso de espaço.
Muita coisa jogada no fundo do armário, apagado, esquecido, empoeirado – vai sair.
E desta vez não vou olhar com olhos possessivos e pensar que daqui um tempo aquilo pode servir, pode ser usado.
Não vou guardar, ocupar espaço, deixar quieto.
Que a revolução no armário organize o que realmente precisa ser organizado.

A arte imita a vida?


Post by patrícia que ainda não sabe qual é a medida de fantasiais, adereços,objetos cênicos e acessórios que precisa pra viver.

21 de setembro de 2006

O mundo é bão


"Todos pensam em mudar o mundo, mas ninguém pensa em mudar a si mesmo." Leon Tolstoy.

A ironia é que a mudança é inevitável. Todos têm que lidar com ela. Por outro lado, crescer é opcional. E a maioria das pessoas tem a tendência em continuar na rotina quando o assunto é mudar e crescer.
A rotina é o lugar que eu já conheço, as pessoas com quem já me relaciono, um emprego estável. Tudo muito confortável, mas talvez não gratificante.
Não acho que toda mudança seja para melhor, mas o que no início te abala e te desestabiliza, depois te torna mais forte. É o que Nietzsche fala " O que não me mata, me fortalece."
Eu agora que me vi mais frágil, não tão super-mulher, nem tão garantida, me sinto mais segura. Segura porque sei que minhas pernas não são tão grandes, nem tão pequenas. Sou capaz de pular, mas tudo tem limite. E é bom conhecer os seus. Que seja para expandí-los, seja para respeitá-los.

By Renata que já renasceu e agora decidiu crescer! Ah, e que tá indignada que o Lula vai ganhar essas eleições!

18 de setembro de 2006

Caixa 2

By Renata que só escreveu meia dúzia de coisas à toa, ganhou a flor e inspirou uma arte. Bom, né?!

15 de setembro de 2006

Em busca do Sol


A Patrícia amou a notícia de que mais um planeta-anão foi descoberto. Eris. Então, Plutão agora não está mais só. Achou sua turma. Acho que a Patrícia não se liga muito em astros, ela gosta é mesmo de anões. Isso é uma outra história e um dia ela conta.
Falando em astros, um dia fomos(eu e Patrícia) a uma festa a fantasia cujo tema era: "Uma festa no céu". Entre anjos, artistas que morreram e foram para o céu, o diabo, como antagonista, nós estávamos fantasiadas de estrelas. Eu era uma estrela prateada e ela, dourada. Me senti um peixe fora d'agua! A festa era no céu, mas aparentemente, só quem pensou em astros fomos nós duas. Bom, conheci o Jimi Hendrix(isso também é uma outra história) e a festa foi ótima!
Uma coisa puxa a outra e o que eu queria falar mesmo é que o SOL chegou! Adoro dias de sol, daqueles que passamos mal de calor!
E daqueles que passamos bem! Afinal, o sol tem o poder de reunir as pessoas, de colorir as ruas, de encher as academias, de entupir os botecos, de subir as saias e deixar tudo com um ar mais descontraído!

By Renata que não tem ar condicionado no carro, ventilador em casa, não mora na praia, mas se fosse uma flor, seria um girassol!

14 de setembro de 2006

Carta e Re:Carta



Oi amiga!
Ando saudosa de muita coisa. Até do pique que já não tenho.
E a cada minuto, olho para as coisas ao redor meio que me despedindo delas.
A tristeza acabou. E no lugar dela entrou a dúvida.
O que fazer?
(Meu Deus, como sou repetitiva!)
Mas sabia que isso foi um balde de àgua fria?
Não sou tão polivalente como pensava.
Espero que seja, ao menos valente.
Recebi mais um lindo presente hoje. O que tem sido motivo de alegria quase infantil.
Prefiro pensar assim.
Você bem sabe que esse papo de "se eu não gostar de mim, quem irá gostar?" é fachada.
Na verdade mesmo, me acho linda e boba.
Mas isso é inofensivo, não?
Você provavelmente acha que não e vai me dar mil explicações psicanalíticas a respeito.
Vamos deixar para gastar neurônios assistindo Shakespeare este fim-de-semana.
Sinto falta de receber boa noite.
Como sou patética.
Beijo,
Rena



OI flor
Tem dia, tem tempo, que a gente devia ter um adesivo pregado na testa: cuidado, frágil.
E mesmo assim, todo cuidado é pouco.
Eu tava pensando aqui agora, se isso tudo estivesse acontecendo há 10 anos atrás...
Vc já realizou como eu estaria? O que eu estaria fazendo?
Acho que eu iria de escola em escola, com vc pelo braço... Frenética!
Renata faça isso. Renata faça aquilo! PeloamordeDeusRenaaaaaata!!!
Nossa, e as idéias mirabolantes que eu iria ter? E os planos infalíveis? E as horas e horas de discurso?
(silêncio)
Preocupada? To
Chateada? To
Mas não fico mais assim, tão aflita.
Não que eu te ame menos.
Mas eu confio mais: na vida, em você, em mim. Nas coisas.
Nos anos de estrada, né?
Eu tenho adorado os presentes que você recebe.
A do ra do!
E você minha amiga, que é também o meu avesso, já devia saber que o feio fica belo, o bobo fica esperto, a gorda fica magra, a insone um dia dorme, o amor um dia chega, qualquer coisa um dia acaba, batatinha quando nasce esparrama pelo chão...
Tem que ter desejo. Movimento. Intenção. Força. Sorte também, tá bom.
E isso também vai passar.
O que você já fez de bom por você hoje?

Pati



12 de setembro de 2006

Todo avião tem pneu


Estou longe de ser um exemplo a ser seguido ou citado como ícone da vida saudável.
Não saber administrar o tempo e viver correndo, que eu saiba, ainda não é considerado uma atividade física. Sem mencionar que nunca almoço ou tomo café-da-manhã.
Nos últimos anos tenho feito 1 dieta anual. "Regime da Modelo". Talvez você não a conheça por nome. Explico-me. Passo 2 meses sem comer. Daí o nome. Afinal modelo não come. Do contrário como seria tão magra? A classe não admite isso, mas não sou tão boba para acreditar que toda e qualquer modelo seja abençoada com o tal do metabolismo acelerado.
Tá, eu sei. Mulheres e seus papos sobre peso são entediantes. São mesmo. Mas quem vive só de folha é lagarta. E o mundo gosta é das borboletas. Que paradoxo!
A questão é o verão taí e eu ando com a boca nervosa. A minha pretensão não é usar top, afinal já passei dos 30, mas é entrar na minha calça 38.
Não falta muito, mas o pacote de batatinhas e as 2 long necks que acabaram de entrar não são, digamos assim, cooperadoras dessa missão.

By Renata que pensa que é um ser superior. Mas de que adianta se o resto do mundo não é?

11 de setembro de 2006

Debutante

Durante os dois primeiros anos, são muitas as aquisições motoras da criança. Essas aquisições permitem uma independência cada vez maior, o que é fundamental para seu desenvolvimento psíquico, sensorial e motor.
Sei falar com propriedade durante horas sobre educação, principalmente a dos 6 primeiros anos de vida do indivíduo.
Isso tem sido meu trabalho, o meu estudo, meu investimento, a minha realização, minhas noites de insônia, grande parte das minhas alegrias, o meu sustento, a minha falta de grana... nos últimos 15 anos. 15 anos! Apenas a metade da minha existência.
Depois que a carreta me atropelou, meus dias de coma passaram, me vem inevitavelmente à cabeça a famosa pergunta:
"-E agora, José?"
Obviamente, o destino certo do meu currículo são escolas. Mas sei que posso mais. Tenho muitas outras competências e habilidades.
Quais por exemplo?
Deixe-me ver... não, não sei cantar. Dançar? Danço melhor do que canto. O que não significa muito. Vamos ver... Ixi, não sou boa com finanças e não entendo bulhufas da àrea financeira.
Já sei! Crítica de filmes! Não sei quem pediria minha opinião, mas além disso seria meio limitado pois não vejo filmes daqueles que fazem chorar.
Sou boa com o público. Setor de atendimento. SAC. Ai, isso me lembra telemarketing... ui, tô fora!
Voltemos a qualidade de ser comunicativa... Posso incluir isso no meu currículo! Falo tanto que nunca haveria falta de assunto em qualquer setor! Ai, acho que isso já virou defeito.
Esporte não é meu forte, informática não é minha praia.
Bom, vou continuar pensando em algo para ir além. Quem sabe esta não é a minha chance?

By Renata que é aquela que renasce!

10 de setembro de 2006

Uma palavra de consolo

o!A aposentadoria do Schumacher me fez pensar que talvez 2007 seja realmente o ano de mudanças. Alguém me disse isso, que a soma do 2 e 7, dava 9 e na numerologia indica mudanças. Claro que me falaram isso ao saberem da minha aposentadoria forçada. (adorei o eufemismo).
Acho péssimo dar uma notícia ruim. As pessoas me olham com cara de quem procura uma palavra de consolo.
Consolos religiosos

"Deus fecha uma porta e abre uma janela."
"Deus escreve certo por linhas tortas".

Consolos místicos.

"Foi porque não era pra ser."
"O que é seu tá guardado."

Consolos otimistas

"Foi a melhor coisa que poderia ter-lhe acontecido!"
"Você verá como sua vida vai melhorar!"

Consolos simplistas

"Ih, você arruma outro fácil!"
"Ah, fica assim não!"

Consolos compensatórios

"Se eu te contar a minha história você senta e chora".
"Olha pra mim. Devendo cartão, sem perspectiva no trabalho, séculos sem sair com ninguém, meu pai com problema cardíaco e blá, blá, blá e mesmo assim tô aqui com cara boa".

Consolos práticos

"Quem não tem problema?"
"Ao invés de ficar chorando as pitangas, levanta e sai dessa".

Consolos que poderiam ser evitados

"Nunca gostei dele mesmo."
"Olha, não te falei antes, mas..."

Consolos do tipo Schumi

"Você fez o melhor que podia"
"Você fechou um ciclo vencedor".

By Renata que andou por uns dias inconsolável.

8 de setembro de 2006

Dia da Independência


De repente um barulho vindo da porta fez com que as quatro abafassem o riso e tentassem se controlar. A dona da casa, levantou para atender a porta e meio que assegurou que "claro que ninguém ouviu nada". Pela cara de quem chegou, pareceu-nos realmente que o assunto tinha passado incólume.
Então, enchem os copos, explicam as regras para o recém-chegado e continuam o jogo.
O telefone toca. Era uma mensagem de texto. Daí não deu para segurar o riso. A mensagem falava exatamente do que se falava antes e teve que ser abafado.
Que coisa! E tem gente que acha que mulher não fala disso. Pois fala sim. E adora falar. Falar, comparar, classificar, ilustrar, encenar e rir disso tudo....
Mulher faz terapia em grupo sempre que reúne as amigas. Tiram suas dúvidas, compartilham a má fase, pedem para conhecer amigos(mesmo sabendo que já conhecem todos).
As mulheres continuam românticas, sonhadoras, doces. E falam de sexo. Alguma contradição nisso? A meu ver não.
By Renata que dentre as coisas que mais ama na vida de solteira, é estar entre amigas.

6 de setembro de 2006

Manhas e manhãs


Adoro as manhãs.
Acordo com meu gato me fazendo cócegas no rosto com seu bigode. Finjo que não é comigo, mas o Perseu aprendeu que a insistência me vence e então me levanto, sirvo-lhe uma porção de atum e volto pra cama. Trinta minutos depois o telefone toca:
-Você já acordou?
É minha mãe atrás da carona diária dela.
Banho, carinho no Perseu, olhada rápida no jornal... Junto minhas coisas e vamos lá. Antes de ligar o carro, ligo o rádio. Nada de cds. De manhã gosto de ouvir horóscopo, resumo das novelas, conselhos dos locutores, músicas barangas.
De manhã gosto de olhar as pessoas indo trabalhar. Tem sempre aquela que cruza o viaduto numa calça branca justíssima e saltos altíssimos. Deve ser a gostosona do escritório. Têm aqueles com a camisa do time que venceu(no caso do Atlético-MG, mesmo que tenha perdido) no dia anterior. Tem a que usa camiseta num frio de rachar e a que se encapota só por causa do tempo levemente nublado.
De manhã, estou sempre disposta e sentre acredito que o dia vai ser no mínimo, divertido.

By Renata que um dia foi notívaga.

5 de setembro de 2006

Classificados


Procura-se receber carinho de quem menos se espera.

Procura-se receber carinho de quem mais se espera.

Procura-se um trabalho sem jeito de emprego.

(Na verdade, não sei se posso escolher tanto)

Procura-se o que fazer no feriado sem gastar muito.

Procura-se uma forma de ajudar os amigos.

Procura-se a coragem para não desanimar.

Procura-se uma leitura interessante.

Procura-se emagrecer um pouco até outubro.

Procura-se um namorado bacana para minha mãe.

Procura-se não perder a fé nas relações.

Procura-se umas músicas novas para o meu mp3.

Procura-se ficar alegre sem fluoxetina.

Procura-se achar algum sentido, algum conforto.

Procura-se a cura da aids, do cancêr, uma boa liquidação e um novo jeito de usar o cabelo.


By Renata que só poderia encerrar com a máxima "Quem procura, acha".

como voar?

A coisa que eu mais tenho medo é do medo.
O medo, se a gente dá trela pra ele, paralisa a gente.
Todos os meus medos eu consegui, algumas vezes de pernas bambas, “superar”. Muita coisa, ah meu Deus, muita coisa me fez sentir um medão danado a toa – tomada a iniciativa ficava tudo tão fácil e tão simples, outras coisas não: encarei, mas as cicatrizes estão aqui.
Respirar fundo, esticar um pouquinho o pescoço, olhar pra frente e ir!
Difícil!
Porém necessário.
Depois que a gente tem filho, acho que o medo aumenta - um medo dando de perder... Só que nesse caso, não há muito que fazer, a não ser controlar a paranóia. Porque a vida não se controla.
Ultimamente ando com medo do futuro. Com medo dos negócios, com medo das escolhas (e das coisas que eu não escolher).
Mas o tal futuro está ali, me esperando. E eu pretendo sorrir para ele.
Força, coragem.
Ainda bem que eu nunca tive, foi medo de mim...


posted by Patrícia que não é Tereza Batista mas é cansada de guerra.

4 de setembro de 2006

Cheia de incertezas


Tem coisa na vida que a gente tem certeza. Certeza daquelas de colocar a mão no fogo, jurar de pé junto, apostar R1.000.000,00! Talvez certeza só exista no dicionário. Ou talvez seja como a verdade, cada um tem a sua e não se fala mais nisso.
Reconheci uma dor que dói mais que as outras. É a dor de descobrir que aquelas coisas(aqui incluo pessoas, modos de vida, decisões) das quais tínhamos certeza vão se tornando vulneráveis.
Acho que podemos dar o nome a isso de decepção. Às vezes se torna difícil entender porque aquilo aconteceu justamente comigo. Justo eu! Justo eu que nunca tinha parado para pensar na vida de outra forma. Minha mãe, mulher mais engraçada do que sábia, me disse para não ficar triste não "filha, nada na vida é eterno. Você viu Plutão? Nem Plutão é mais Planeta". E ainda emendou " e aposto que ele não tá lá chorando não. Não é mais planeta e pronto. Daqui a pouco vão dizer que a lua também não é Planeta!"
"-Mãe, a lua não é planeta e nunca foi.
- Ô menina, você entendeu o que eu quis dizer!"
Entendi sim.
Certezas são para os acomodados. Para aqueles que se contentam com a vida do jeito que ela está. Gosto dessas pessoas, porque deve ser um inferno viver sempre atrás de mais e mais.
Mas com essa história toda de Plutão e planetas, percebi que uma certeza não dura muito. Que ela só dura enquanto deixam ela quieta, mas basta alguém fazer algum movimento para surgir alguma dúvida, alguma outra maneira de olhar para a mesma paisagem.

By Renata que descobriu que quem fica parado é poste!

1 de setembro de 2006

Sol de primavera



Tudo bem, ainda não é primavera, mas eu também não sou Gisele Bundchen e nem por isso não me ache linda!

Mas é setembro. E já dizia a canção... "quando entrar setembro e a boa-nova andar nos campos"

É que cansei de notícias ruins! Chega! Quem sabe setembro, além de flores e verde traga um alento. Tenho utilizado muito essa palavra, alento. Acabo de abrir o pai-dos-burros e perceber que tenho utilizado alento de forma totalmente equivocada. Pelo que li, alento é coragem, esforço, entusiasmo... MOTIVAÇÃO!!!!!

Geralmente as pessoas são motivadas por dinheiro, prestígio e prazer.

Coisas que me motivam:

1. Fazer um curso interessante;

2. Receber o mérito merecido;

3. Receber um telefonema especial;

4. Reunir amigos;

5. Me olhar no espelho e gostar do que vejo;

6. Organizar festas;

7. Viajar;

8. Ter a sensação de que sei mais do que sei;

9. (....)

Agora, o entusiasmo acabou. Também, não era sobre isso que eu queria falar. Na verdade, não era nem sobre alento( pensando bem, a minha idéia de alento tá certa. Um carinho é um alento). Quero deixar registrado que setembro chegou e se minha vida ainda não está florida, minha saia está.

By Renata que anda com fé atrás de um alento.