27 de agosto de 2009

"Sem assunto"

-E aí, me conta as novidades???

Prefiro conversar sobre metafísica a responder essa pergunta. Tenho a terrível sensação de que não tenho  nada interessante para contar. As pessoas desfilam suas incontáveis façanhas e eu continuo morando no mesmo lugar, Perseu vai bem , obrigada; não, não tive filhos e nem troquei o carro. Continuo trabalhando na mesma àrea... Ah, minha irmã se separou. Bem, não sei se isso se encaixa como uma novidade minha. Acho que não.
Fiz uma nova tatuagem, ganhei uma linda afilhada, escrevi um texto bacana para o teatro das crianças... mas são boas novas tão minhas que não interessam a ninguém.
Minha vida tá longe de ser monótona e além do bom papo, eu sei até dançar, mas minha periodicidade não é regular. Não tenho manchetes ou furos de reportagem, entretanto, conteúdo não falta.

By Renata que assim como Marc Chagall (ele mesmo), reinventa-se mesmo  usando temas recorrentes. Ah, o template é novíssimo! Todos os créditos para o Edinho. Obrigada!

*CHAGALL, Marc Wedding, 1918

21 de agosto de 2009

Mais de mim ou menos

Dizem que toda mulher se veste para outra mulher.
Não discordo, mas não é assim comigo.
Nunca tenho dúvidas de que roupa usar e sempre me arrumo com muita rapidez e certa objetividade.
Gosto de roupas coloridas, mesmo sabendo que não é o mais acertado.
Enfim, mas em uma coisa eu cedi às críticas: unhas pretas. Durante muito tempo, Black era meu esmalte. Acredito que ninguém gostava, mas quem tem que gostar sou eu, não é?
Em tese foi assim por um bom tempo, até eu me render ao misturinha, bem clarinho, mãos de mocinha.
Não sou boa em ser alvo de críticas. Me chateio com o menor sinal de desagrado. Aprendi a não me abalar, mas sempre dói.
Tampouco fico à vontade ao ser elogiada. Com certeza, não dói. Até porque não acredito em tudo que ouço.
As amigas sempre tentam levantar o seu astral, os homens, muitas vezes, têm segundas intenções, sua família... bem a minha família não é muito de elogiar.
De tudo de positivo que eu já escutei, o que mais marcou veio de uma mulher. Não era amiga, não queria ser, acho que nem ia muito com a minha cara. Mas, numa dessas rodas de bar, ela me disse:
- Eu não sou sapatão, viu?! Desde que te conheci, fiquei impressionada. Você é a mulher mais sensual que eu já vi.
A minha resposta imediata foi: "acho que você conhece poucas mulheres", e ri desconcertada.
Não me vejo assim. Não sou assim.

Mas, esse comentário foi como um sopro, de que talvez, as pessoas possam ter autonomia sobre o que pensam de mim. Um dia, espero viver bem com a realidade de que não posso controlar tudo e que deixar com que os outros me vejam com os próprios olhos, seja surpreendentemente bom.


By Renata que não se conforma que a noite seja feita para dormir. Justificar

15 de agosto de 2009

Incomodada ficava a sua avó

Como tem dia para tudo, dizem que hoje é dos Solteiros. Esse povo sobrevivente num mundo repleto de casais e de apontamentos para os que estão avulsos. Ou que são. Porque tem muita gente que é solteiro profissional ou inveterado, no popular. Claro que esses são homens, pois as mulheres são tidas como encalhadas mesmo.
Para quem ainda não achou sua cara-metade, vale acreditar que para todo pé torto, tem um sapato velho. Para aqueles que não usam velharias, por mais confortáveis que sejam, já ouvi dizer que o amor aparece quando menos se espera. Se você dorme com Deus, acorda com Deus e se pergunta "até quando, meu Deus?", lembre-se de que gente desesperada não é nada atrativo.
Não sei se existe solteiro por opção diante da última bolacha do pacote, mas sei que existe solteiro feliz. "O homem é o verdadeiro artífice de sua própria felicidade ou infelicidade."Esse Sócrates sabia das coisas. Em tempo, ele era casado com Xantipa e pai de três filhos.


By Renata que dorme com seu gato desde os tempos de casada. Será que essa informação torna a situação menos clichê? rs

10 de agosto de 2009

Mais um na multidão


Numa conversa em mesa de bar num sábado qualquer desse inverno que nunca chega, eu descobri que lavo os cabelos bem menos do que a maioria, que as pessoas tomam banhos especias dependendo da ocasião e eu não. Que grandes amores têm ligação estreita com loucuras, performances, sexo fantástico. Os meus grandes amores não me remetem à sexo. As boas transas acontecem com quem eu transo. Sexo é igual a cerveja: maravilhoso para quem gosta. Percebi que intimidade é ultrapassar um limite invisível que cada um tem. O meu máximo de intimidade é algo totalmente banal para os que se sentavam à mesa comigo. Enxerguei que as pessoas querem ajudar, fazer parte e eu não dou muita chance. Descobri que só eu gosto de calcinha de oncinha, que tenho menos tolerância a pêlos e que chego a ser fanática por seriados de tv. Não tenho com quem conversar sobre os musicais dos anos 40, não tenho o que falar sobre motéis e não tenho ideia de quando, mas eu ainda vou conseguir me desgarrar de tudo. Antes, tenho que passar uma semana no Louvre. Ou seja, sou diferente como todo mundo é. Isso nos torna meio iguais, não?


By Renata que agora anda de ônibus, já que o carro foi roubado, guinchado, achado e agora, está na garagem, parado.