29 de setembro de 2006

Uma doida puxa a outra



Coisas em comum.
Interesses unem pessoas, movem nações, motivam guerras e tal e coisa
Boas amigas. Maravilhosas amigas. Uma sorte danada!
Mas tem umas coisas que é até constrangedor de explicar.
Eu sou louca. Louca mesmo.
Não, não é o discurso eu sou porra louca, muito doida e foda-se não.
O buraco é mais embaixo. É desajuste. É surto. Às vezes eu surto.
Tem época que é surto leve, que as pessoas que convivem no dia a dia acham graça, no máximo excêntrico. As que me conhecem bem e gostam de mim balançam a cabeça ou dão um suspiro e passam batido. Essa Patrícia... Ou então falam consigo mesmas, a Patrícia é doida. E ponto.
Mas tem época que o surto é mais forte.
O que acontece na realidade é que como eu sou inteligente, articulada, dou conta da minha vida, ajudo na casa da vovó, pago as contas em dia , sou uma mãe coerente, uma pessoa de bem e do bem, uma raladora , guerreira , esposa companheirona e amiga carinhosa mesmo do meu jeitão estovado – o meu psicodelismo fica camuflado. Ou pesa pouco na balança. Sei lá...
Acho até que eu surto é para dar conta da vida mesmo.
Porque eu sou dessas, que vivem sorrindo. Ah isso é mesmo. Encaro a pedreira que for, mas no bom humor (salvo honrosas e gravíssimas exceções)
Mas essa auto análise aqui que esse post virou é pelo seguinte: eu e Rena temos muitas coisas diferentes.
Eu já entendi que a gente é o avesso. Impressionante.
Mas o que nos une é a loucura.
Gente é verdade: um doido cheira o outro. E eu e Renata pulamos de cabeça na loucura uma da outra a ponto de às vezes não saber o que é doideira de quem.
Engraçado de mais.
Divertido de mais.
Catártico de mais.
Siamês de mais.
Cúmplice de mais.
Adolescente de mais.
Ridículo e preocupante – mas não de mais.
E quando formávamos um trio calafrio coma presença da Sílvia aí era realmente surreal.
Éramos As Garotas Superpoderosas.
Éramos As Panteras.
Interessante uma coisa: separadas somos desajustadas sim. Cada uma na sua paranóia.
Mas juntas, a situação fica crítica.
Impressionante o poder do surto coletivo.

By Patrícia que jura que mais louco é quem me diz que não é feliz.

Uma doida puxa a outra -Parte 2


A Patrícia chegou a conclusão de que beiramos a insanidade. Mas hoje tô tão de bom humor com esse vestido laranja que adorei a idéia.
A loucura ou insânia é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade.
Essa é a definição da Wikipédia. Não sei se é o vestido laranja, mas adorei essa definição.
Não creio que sejamos normais não.Ontem quando rolávamos de rir do debate político eu me perguntei em voz alta:
-Gente, porque não podemos ser aquelas pessoas básicas? Por que não nos contentamos com a vida do jeito que ela é?
Mais uma crise de riso e não soubemos responder. Toda e qualquer pergunta do gênero vai inevitavelmente cair na resposta: "A gente é maluca mesmo".
Às vezes eu acho a Patrícia mais doida do que eu. Deve ser ao fato de que o Id dela funciona menos que o meu.
Mas a verdade é que ela tem a vida bem mais certinha que a minha. Por esse ponto de vista, a maluca sou eu!
Enfim, a gente funciona. E bem. E as pessoas ao nosso redor querem ser nossas amigas.(Um bando de loucas!)
O tempo vai passando, a gente continua criando planos infalíveis, tendo a visão mais real da realidade, cheias de respostas para as dúvidas alheias e cheias de perguntas sobre nós mesmas.


By Renata que tem dias que se acha muito normal e tem muitas saudades da Silvia.

28 de setembro de 2006

Blá, blá, blá


Ontem passei o dia inteiro numa reunião. Uma reunião de duas pessoas. Eu e mais um. Às vezes era um monólogo, outras vezes o diálogo fluia bem.
Assim passou o dia.
E eu nem senti.
Não sei reproduzir a conversa. As oito horas de tete-a-tete se resumem em 10 minutos. Nossa, então porque não conversar tudo em 10 minutos?
Acho que na verdade a reunião toda serviu para conhecer melhor o outro. Saber das suas idéias, da sua visão e potenciais.
Isso. Foi uma análise mútua.
Como se conhece alguém?
É o tempo em que se passa juntos, são as informações que se tem, é o saco de sal que se come juntos?
Dizem que só conhecemos as pessoas quando elas estão numa situação extrema, sob pressão.
Se pensarmos assim, veremos que não conhecemos tão bem as pessoas como imaginamos.
Deve ser por isso que algumas pessoas conseguem nos surpreender e fatalmente algumas, nos decepcionar.

By Renata que ainda acredita que é conversando que a gente se entende, mas que tem dias que não quer papo com ninguém.

26 de setembro de 2006

Então...


Acharam que era uma metáfora, algo que lembrasse a música... "Eu hoje joguei tanta coisa fora..." Mas não. A Patrícia estava com uma necessidade urgente de jogar coisas fora mesmo. Ou melhor, fazer uma limpa nos armários. Fazer a energia circular. Coisas de mulher. Consumista e exotérica.
Não tente entender.
Lá fomos nós na aventura rumo ao exótico("quem usa uma blusa dessas?") e ao esquecido("nem me lembrava que essa roupa existia").
Um armário de mulher pode ser um verdadeiro estudo antropológico. A moda consegue ser mais inconstante do que nós. E assim, como as mulheres, tem épocas que são impossíveis de serem entendidas. Ou acompanhadas.
E uma a uma, as peças foram saindo do armário e fazendo montanhas no chão. Algumas peças tinham histórias para contar e o valor sentimental fazia com que elas voltassem para o armário. As roupas da gravidez. (Como se desfazer dessa calça que me acompanhou por 9 meses? Tão boa...). Algumas peças foram "salvas" na repescagem. ("Não são usadas, mas ainda têm potencial.") Outras tiveram seu fim decretado: (Foi bom, durou até demais! Mas, adeus!).


By Renata que ganhou muitas roupas da Patrícia e agora combinaram de fazer faxina no armário dela. Não por estar incomodada, está leve como a amiga, mas porque a tal da energia tem que circular. Canja de galinha e crendices não fazem mal a ninguém, né?!