30 de junho de 2006

A dor e a delícia de ser o que é

Por que será que o fantasma dos 30 anos ainda me assusta?
Já fazem 5 meses que fiz aniversário, sem mencionar que como boa aquariana que sou, já me sentia com 30 anos desde os 27...
O fato é que não vejo charme nenhum em ser balzaca. Li Honoré de Balzac, presente afetuoso de papai, na esperança de entender de onde vinha o fascínio. Me deparei com um heroína amarga e resignada. Nada que lembrasse a confiança das garotas-propaganda do Renew. Por falar em Renew o meu anda na bolsa!
Ontem teclei com 3 amigas, uma aniversaria hoje e já vai para os 31. Todas satisfeitas e exaltando a mulher de 30. Enquanto eu não vejo a mínima vantagem.
Primeiramente fazer 30, homem ou mulher, significa ter que resgatar as promissórias que assinamos despretensiosamente até então.
Não sou considerada jovem para o mercado de trabalho, minhas chances de engravidar já diminuíram 35%, os adolescentes já me acham coroa, os flanelinhas me chamam de tia, minha mãe já entregou para Deus e eu tenho a sensação de dever não cumprido.
Afinal não tenho casa própria, meu carro só será meu daqui a algumas prestações, sem filhos e sem planos para tê-los e prefiro uma bicicleta a casamento. E olha que não faço o tipo atlético. Ah...ainda tem essa, sou sedentária.
Minhas amigas se gabam porque acreditam que não aparentamos os nossos 30 anos. Eu acho que aparentamos sim! Apenas aos 30 anos não estamos caídas.
Enfim, sei que esse papo já cansou e pode parecer a maior bobeira, mas não consegui engolir ainda e acredito que viverei com esse fantasma. Pode ser que me acostume e acabe dormindo sem pensar no assunto. Claro, depois de passar meu Renew e de colocar meus pijamas longos.


By Renata que sabe que ainda dá uma canja, mas sabe também que o mundo prefere uma galinhada!

Nenhum comentário: