3 de março de 2007

Desgosto

Eu sou muito sem-vergonha. Diante da maior crise o pessimismo não encontra abrigo em mim, a gargalhada atropelha o choro e eu ainda planejo ir dançar em algum lugar.
Pode parecer uma grande qualidade, mas não sei se é. Me assusto como as coisas e as pessoas se tornam indiferentes em pouco tempo. Não que não me lembre delas. É que elas só se encontram nas páginas coloridas da memória. Deleto toda e qualquer mágoa. Isso não me faz superior, isso me faz mulher de malandro.
Não que eu defenda alimentar o rancor e se remoer eternamente. Mas guardar o que de mal lhe fizeram é no mínimo o principal item do kit de sobrevivência. Diferentemente de mim que tenho complexo de fênix. Olha, ressurgir das trevas dá um trabalhão danado e banaliza a dor.
Além de tudo, me tornei cínica e pouco cética. Não acredito, mas tudo bem. Desconfio, mas tudo bem. Sei que é mentira, mas tudo bem.
Como assim tudo bem?

By Renata que desconfia de tanta habilidade para fugir da tristeza.

Um comentário:

Anônimo disse...

Haha, pior que me identifiquei com esse post...
Também não sei se pode ser considerado uma boa qualidade, é uma coisa bem relativa.