Vincent Van Gogh, Old Man in Sorrow.
Viviam me falando que eu deveria me envolver ou deixar me envolver por um homem mais velho, assim por volta de 40, 45 anos. Mas, eu não gostava da aparência, do jeito, acreditava não ter nada em comum e pasmem, pensava que não saberia nem conversar com o senhor em questão!
Bom, o tempo, sempre ele, se encarregou de me tornar e todos ao meu redor, pessoas mais experientes, por assim dizer. Dessa forma, 10 anos depois, reencontrar a paixão da adolescência, aquele gato mais velho, foi reencontrar um homem de 40 e poucos anos. Foi assim que os quarentões se tornarão bem mais próximos do que eu um dia imaginei.
E de perto, ninguém é normal, nem os gatosos, como eu gosto de chamá-los. São medrosos. Têm fobias de relacionamentos. Ou já foram casados ou contam com orgulho que nunca caíram nessa armadilha. São frustados por não terem filhos ou se sentem muito responsáveis por serem pais de adolescentes e juram não querer mais filhos. Acredito que devam ser os caras que mais usam camisinha. Gostam de ainda pegarem as meninas de 20, mas não têm paciência para elas. Saem com as de 30, mas se sentem intimidados pela independência delas e fogem quando imaginam que isso pode vir a ficar sério.
Os gatosos não sabem brincar, até porque já passaram da idade. Estão cansados, apesar de não assumirem isso. Perdem o ritmo a todo momento. Eu até consigo achar graça desse descompasso, do cabelo branco bem cortado, do tênis colorido com calça jeans, desse jeito de menino que não cabe mais no play e não sabe pra que lado correr!
By Renata que prefere rir ao invés de chorar. E gatosos ao invés de gatinhos. Apesar de.