28 de julho de 2008

Foi uma vez


Gosto de você sem o mínimo limite, sem noção de certo e errado.
Gosto de você apesar de.
Gosto como se gosta de alguém da família. Sem esperar ou receber nada.
Gosto porque gosto.
Você é o que eu conheço sobre amar.
E muitas vezes por amar mais a você, eu fiz de conta.
Fiz de conta que não ligava quando lhe ouvia falar de outra.
Fiz de conta que foi normal você levar alguém para o meu reveillon.
Sentar-me à mesa com você acompanhado? Fazia de conta que era tranquilo.
No meu mundo de faz de conta, você me amava a seu modo, sem desejo.
Fui mãe do seu filho e você, parte do meu viver.
Indissociável de mim.
Por não saber mais o que inventar, faz de conta que você morreu.
Fim


By Renata que é discípula de Nietzsche "o que não me mata, me torna mais forte".

27 de julho de 2008

Chá de cadeira


Diamonds are the girl's best friend? Às vezes não é nem sobre dinheiro, é sobre o poder. E em nossa sociedade uma coisa leva à outra. As mulheres de hoje, as filhas e netas do feminismo, tem vez e voz para praticamente tudo. Os homens ficaram meio perdidos nesse processo, mas acho que se adaptaram melhor do que nós. Não sei se sentem falta de serem os provedores. Nem precisam ser os comedores, ganharam o direito de ser sensíveis. Quanto às mulheres, acho que ainda sonham em segredo em fechar os olhos e se deixar levar, ser conduzida. Não é sobre dinheiro, é sobre poder.

By Renata que quando está menstruda se sente tão mulherzinha...

21 de julho de 2008

clichê


A Patrícia reformou o apartamento e eu herdei os livros de mulherzinha dela (romances com heroínas de 30 anos que moram com seus gatos, bebem mais que deviam, têm boa vida social, são bonitas e vivem em busca do amor verdadeiro).

Depois de Bridgite Jones, os títulos se multiplicaram. Estava ali um novo filão: as solteiras de 30 anos. Essas mulheres fizeram tudo que lhe ensinaram: deram prioridade aos estudos e trabalho, se divertiram, se tornaram adeptas do sexo casual, tomaram a inciativa, não descuidaram da aparência, acreditaram que antes só do que mal acompanhada e assim desenvolveram um padrão de qualidade altíssimo.

Bom, o resultado pode ter sido um pouco desastroso. As amazonas são apenas uma lenda. As guerreiras modernas estão meio cansadas de empunhar a própria espada. Ser forte o tempo todo, cansa.

As heroínas dos livros sempre encontram o amor depois de bater muita a cabeça. Geralmente ele estava ali, bem ao seu lado. Juro que olhei bem, não quero ser acusada de míope, mas na minha vida real, o roteiro não é bem assim.

Ainda me pego pensando se existe destino, tampa para panela, chinelo para pé torto. Talvez exista para quem sabe guerrear sem perder a ternura.




By Renata que anda dorminhoca, está em dia com o cinema e sente a falta do Camisa 9.

4 de julho de 2008

Quem sou eu

Lendo Martha Medeiros, aceitei o convite de responder quem eu sou através de uma lista das coisas que gosto. É um bom exercício. Faça também! E busque o texto original dessa escritora que lê a alma feminina tão bem!

Sou meus amigos. Sou meu ex amores. Sou histórias de mim mesma. Sou livros. Dicionários. Poesia. Sou mitologia, em especial, a grega. Sou cds que eu mesma gravo. Sou marchinhas de carnaval. Mas também sou rock, pop, samba, pagode. Sou até funk.

Sou Sherlock Holmes. Sou Nietzsche. Sou Lewis Carroll. Sou Mandela. Sou Thomas Edson. Sou Gene Kelly. Sou Rodrigo Santoro, mas aí é narcisismo.

Sou o nascer do sol. Noite estrelada. Lua minguante. Sou mar. Piscina. Banheira. Sou dias de muito sol, mas sou madrugada também.

Sou Rio. Sou Ajuda. Mas devo ser Beagá e Goiás, também. Sou meu bairro. Mas gosto de pensar que sou do mundo.

Sou meu gato. Sou leão. Sou peixes coloridos. Sou filhotes. Sou causas perdidas. Sou Galo.

Sou festas a fantasia, carnaval, reveillon. Sou Páscoa, Natal e Dia dos Namorados. Sou aniversário.

Sou comida farta e também saladas leves. Sou mais salgado que doce. Sou brigadeiro acima de tudo. Sou almoço com cerveja. Sou brinde com champagne.

Sou TV. Sou Mineirão. Sou cinema e teatro. Sou shows lotados. Sou sozinha no meu quarto. Sou internet. Sou livros infantis. Sou bota de cano alto. Não sou descalça. Sou lâmpada acesa. Sou iluminação e tenho luz própria.


By Renata que é otimismo.